Mostrando postagens com marcador Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de outubro de 2013

Preocupante a Maior barragem do Rio Grande do Norte tem o menor nível da história

A maior barragem do Estado, a Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, está com menos de 35% de sua capacidade, o menor nível em 30 anos de sua história. Em Caicó, o açude Itans, o maior da região, está com pouco mais de 15%, abaixo 27% do nível de água do ano passado, que já era considerado bastante crítico.

O desabastecimento de Água no RN foi o tema central ontem (24) de audiência pública convocada pelo deputado Hermano Moraes (PMDB), que reuniu representantes dos governos federais, estadual, prefeitos, lideranças políticas e de produtores rurais.  Na sessão, sobraram cobranças  por um planejamento na gestão dos recursos hídricos, para que a situação não chegasse ao ponto em que está, visto os sucessivos anos de seca.

Entidades como a Agência Nacional de Águas (ANA), Caern, Dnocs, Fetarn, além das associações dos municípios, estavam representadas marcaram presença. O superintendente de regulação da Agência Nacional de Águas (ANA), Patrick Thadeu Toma, fez um alerta para a possível piora na situação.

Hoje, 46 municípios estão com problemas graves, mas segundo ele, cerca de quatro cidades devem também entrar na lista. O representante da ANA mencionou a baixa que nos últimos dois anos vem acontecendo nos açudes do RN, que estão, no geral, com somente 40% da sua capacidade de armazenamento.

“Foram sucessivas reduções nos volumes armazenados no Nordeste como um todo”, disse Patrick. Segundo ele, a ANA vem atuando de acordo com o perfil dos municípios. “Há aqueles que estão em situação de emergência e necessitam de carros pipa e perfuração de poços e os que tem restrição do uso da água para irrigação, a fim de se garantir que esse volume dure mais”.

Para ele, suspender a irrigação para atender as cidades traria um grande prejuízo econômico a todos os que sobrevivem da atividade, como é caso das culturas perenes. E acrescentou que representantes da agência vem se reunindo com os produtores antes de tomar as medidas necessárias a cada caso. Recentemente , esses técnicos estiveram com agricultores discutindo o caso do rio Piranhas-Açu e a solução foi manter a irrigação por três dias na semana, em horário fixo.

O representante da UFRN, João Abner, criticou o poder público por não ter tomado antes as medidas contra o desabastecimento. Ele abordou também a falta de equilíbrio no abastecimento, privilegiando municípios em detrimento de outros e alertou as autoridades sobre a situação da barragem de Açu. “Tudo já deveria estar sendo feito desde o ano passado e assim não teríamos chegado a esse momento crítico, que não é de agora”, disse. Apesar das críticas, Abner disse que saía da audiência mais otimista do que entrara, após as projeções dos representantes da ANA e Semarh . “Acho que estamos pelo menos no caminho certo, com a presença da ANA num debate como este. A legislação brasileira é uma das mais ricas e avançadas, mas precisamos resolver de vez essas questões pendentes na gestão de recursos hídricos no RN”, disse, referindo-se também à regulamentação do IGARN – Instituto de Gestão de Águas do RN, do qual foi o primeiro gestor.

Questionado acerca das medidas que o governo estadual vem tomando, o secretário de Recursos Hídricos (Semarh), Leonardo Rêgo, anunciou que o estado irá receber três obras do PAC, cujos editais estão sendo lançados: abastecimento de 22 comunidades rurais a partir da barragem Santa Cruz, em Apodi e a construção de duas barragens, uma delas a Umarizeira, no médio oeste, com 81 milhões de metros cúbicos.

O secretário também mostrou dados sobre a perfuração de poços. Ação, que na sua avaliação, ameniza a situação, mas que não é possível atender a todas as solicitações, visto que nos arquivos da Semarh há mais de três mil solicitações para a perfuração de poços. O secretário disse que a parceria com as prefeituras, através do termo de cooperação técnica, é que irá garantir o sucesso das ações. Ele citou o Pacto de Gestão das Águas, ao qual o RN aderiu, como uma das ações de planejamento que obrigam o Estado a assumir vários compromissos.

Fonte: JH